Poesia: Ser purezense
Ser purezense é sentir forte no peito o bater da liberdade,
Neste recanto pacato, todo encanto desta cidade,
Que da Esquina do Brasil(Touros) se desmembrou.
Pureza! Tu és uma linda flor,
Que vivias invólucro em capulho
Mas sobre ti voou o colibri da liberdade...
Que alimentando-se do néctar das flores que enfeitam tua fonte,
Criou forças, visitou cada lar
E suavemente cantou:
Acorda Pureza os primeiros raios de liberdade brilham sobre ti!
Como flor que alegra a alma,
Eleva o espírito, enfeita a vida e une corações.
Pureza Oásis do Mato Grande Potiguar!
Teu encanto é meu encanto, tua história é minha história.
Teu nome Pureza me adjetiva!
O homem, o coração, o espírito.
Quando eras Pau-ferro, já fostes terras de Rodrigues e Bragas,
Hoje és Terra de todos nós.
Safira cobiçada do vale do Maxaranguape,
Por causa da tua fonte de águas cristalinas
Que mais parece uma linda taça de pedra,
Jorrando o manancial da vida. Água!
Quem nela mergulha não esquece jamais...
Tuas águas são bálsamo aromático.
Pureza! Tenda segura que a teus filhos seguro abrigas;
Como a gameleira selvagem que igual a um querubim
A entrada da tua fonte guarda.
Teu nome Pureza!
É uma homenagem a Maria a mãe de Nosso Salvador
Aqui chamada de Pureza.
A imagem doada pelo padre Cícero,
A região do riacho Seco chegou,
Vinda do Ceará pra este chão
Pela mãos de João Riachão
Homem de muita fé
Patrimônio histórico deste lugar.
Do campo para o centro teu povo Maria,
Te trouxe em procissão
Como prova da sua devoção.
Teus ambientes,
Terra Amada se dividem em:
Vales, caatingas, carrascos e o predominante tabuleiro selvagem,
coberto de um viçoso capim, que mas parece um lindo tapete verde,
formado pelas espécies de gramíneas, que pintam de verde nosso chão,
quando as chuvas do inverno irrigam nosso chão,
no qual se encontram a ameixa, a guabiraba, a murta, a ubaia,
o caju, o murici, o batí, o campineiro, o cambuim, o araçá de jacu,
e o cheiroso pau-canela de cuja casca odorífera,
tomamos um delicioso chá medicinal.
Ainda tem a carauba, outra planta de valor medicinal.
E a mangaba que junto aos demais se constituem grandes riquezas deste chão.
Esta última versificada por Alencar,
Quando escreveu Iracema;
A virgem de pele dourada, que assim como a mesma,
Tem nos seus frutos, o mais puro, doce mel.
Com o tempo se viu brotar, germinar a semente,
Forte como o pau-ferro.
Mas chegou um tempo em que,
acreditou-se que era possível unir cada voz a voz do colibri,
Acordar as flores no amanhecer de um novo dia.
Que dia Pureza! Cinco de Abril de 1963.
Pureza! Teu povo gritou irmanado em uma só voz...
Mas gritou tão forte que em todos os recantos deste chão se fez ecoar...
Nossa emancipação chegou, alegre-te coração purezense!
E com o peito transbordando de alegria,
Como em uma melodia, exclamou:
Vai, vai, vai brisa suave, que desta fonte ao amanhecer sopra,
espalha em todos os recantos o grito purezense de liberdade!
Leva embora a infelicidade...
Mas tragas contigo meu cântico de felicidade!
A justiça social.
E, nas noites claras ou escuras,
As estrelas no céu hão de iluminarem com a sabedoria divina,
com todo candura, nossos corações, nossos passos,
que às vezes mesmo chorando se encham de otimismo,
Ao sonharmos com a luz do progresso,
Que conduzido pelas mãos de todos(as) os(as) purezenses de naturalidade ou não;
Mas que te amam de coração,
Já caminha ao encontro desta gente valente
Que desafiando tudo e sempre mas sem intrigas,
Segundo nossa rica historiografia
Onde passado e presente contracenam-se,
Como símbolos deste chão, desta gente.
Povo ordeiro, hospitaleiro...
Nesta terra aonde a natureza se fez história!
Como dádiva maior do Criador
Esta lindíssima fonte nos presenteou fazendo-a chantar neste chão!
És Tu terras das águas!
Que guardas em teu seio a essência da vida:
Água!
Que para outras cidades exportas,
Com gratuidade, símbolo da tua solidariedade e educação.
Amando-te!
Endeusando-te!
Te chamamos de Pureza,
Estrela viva, brilhante...
Do Mato Grande Potiguar.
Ozian Severo da Silva. Cana-Brava, Pureza/RN.
